quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

AS ELEIÇÕES EM MOÇAMBIQUE







Conselho Constitucional cumpre ordem da Comissão Política da Frelimo e valida resultados (‪#‎canalmoz‬)
Hermenegildo Gamito releu a declaração de vitória proferida por Conceita Sortane no passado sábado
Maputo (Canalmoz) – O presidente do Conselho Constitucional, Hermenegildo Gamito, releu, na terça-feira, a declaração de vitória do partido Frelimo e do seu candidato, que já havia sido anunciada, no passado sábado, pela Comissão Política do partido Frelimo, através da sua chefe da brigada central para a cidade de Maputo, Conceita Sortane. Recorde-se que o acórdão do Conselho Constitucional foi lido no passado sábado pelo partido Frelimo, muito antes de o Conselho Constitucional ter informado qual era a data em que iria anunciar a sua decisão. No passado sábado, Conceita Sortane anunciou que o Conselho Constitucional validaria na terça-feira os resultados anunciados pela CNE. E na terça-feira não restava mais nada ao presidente do Conselho Constitucional, Hermenegildo Gamito, senão cumprir a ordem da Comissão Política do partido Frelimo, validando os resultados e provando que a tal independência dos órgãos de soberania não passa de letra morta.
Tal como se previa, Gamito falou das irregularidades graves que mancharam o processo, mas, mesmo assim, a decisão já havia sido anunciada no sábado. De entre as irregularidades detectadas, o presidente do Conselho Constitucional, Hermenegildo Gamito, referiu: a imposição, pela Direcção Nacional do Notariado, da obrigatoriedade do reconhecimento presencial das assinaturas de cidadãos proponentes de candidaturas; os actos de vandalismo praticados durante a campanha eleitoral; e as divergências entre os dados dos apuramentos provinciais e os do apuramento nacional.
Recorde-se que o Conselho Constitucional tinha notificado a Comissão Nacional de Eleições para remeter os editais da centralização provincial dos resultados das eleições elaborados pelas respectivas comissões e pela própria CNE. Estes editais nunca foram apresentados. A CNE entregou um CD áudio ao Conselho Constitucional.
Na sua justificação, a CNE disse que as comissões provinciais, com excepção das de Gaza e Maputo, realizaram o apuramento provincial directamente através do sistema, não tendo conseguido, até ao termo do prazo previsto por lei, ter, por via informática, um nível de processamento considerável, devido às dificuldades de envio dos editais do apuramento parcial, em tempo útil, pelas Comissões Distritais de Eleições.
Segundo a justificação da CNE constante no acórdão do Conselho Constitucional, as Comissões Provinciais de Eleições, por pressão popular e por necessidade do cumprimento dos prazos legais, optaram, por iniciativa própria, por efectuar directamente as operações materiais de centralização dos dados, fazendo por via manual, com todos os riscos que o facto acarreta, tendo assinado as actas e os editais.
Por outro lado, a justificação da CNE refere que as impressões de documentos emitidas via informática ficaram sem esta formalidade e sem conciliação dos competentes dados, para além de que o processo de apuramento provincial assumiu características inadequadas do ponto de vista legal, tendo havido por conseguinte, dois apuramentos dos resultados da província, nomeadamente um apuramento da responsabilidade técnica do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral com erros materiais corrigidos e outro, o da Comissão Provincial de Eleições, sem a correcção de tais erros.
O Conselho Constitucional diz que entre os dois apuramentos verificaram-se divergências numéricas que se reflectiram nos mapas, comparando as duas fontes (STAE e CNE), que derivaram da correcção de erros materiais cometidos durante o somatório e preenchimento manual das actas e editais do apuramento parcial, distrital ou de cidade e provincial, nos centros de processamento.
Em sede do Conselho Constitucional, a Comissão Nacional de Elaições justificou-se afirmando que o seu apuramento foi feito com base na centralização das actas e dos editais dos dados provenientes dos Centros de Processamento de Dados provinciais, enviados à CNE em disco ou em “flash drive”.
A CNE afirmou também que não considerou, para efeito do apuramento nacional, as actas e os editais da centralizações provinciais devidamente assinados pelos membros das Comissões Provinciais de Eleições, por estes terem cometido erros materiais não corrigidos. (Bernardo Álvaro e André Mulungo)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Descontentamento de majores e coronéis na Academia Militar em Nampula


Os oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) afectos à Academia Militar “Marechal Samora Mioses Machel” em Nampula queixam-se de alegadas humilhações e suspensões arbitrárias, protagonizadas pelo comando daquele estabelecimento de ensino militar, sem justa causa. Alguns oficiais que ostentam altas patentes militares aguardam por novas ordens nas suas próprias casas há mais de seis meses.
Quando a disciplina interna se põe em causa a favor de outros interesses, alguém decide quebrar o silêncio e denunciar as falcatruas por que passa no seu dia-a-dia. Os oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em serviço na primeira instituição de ensino militar de nível superior em Moçambique são exemplo disso.
Em defesa da Integridade e da Soberania Nacional, pelas quais prestaram o devido juramento, alguns militares contactaram ao @Verdade para denunciarem uma série de irregularidades supostamente praticadas pela sua direcção.
Os denunciantes queixam-se de alegadas suspensões arbitrárias, promovidas pela figura de Victor Muirequetule, comandante daquela instituição pública de ensino superior, sem o consentimento da direcção do Ministério da Defesa Nacional.
De acordo com as nossas fontes, que preferiram falar na condição de anonimato, em menos de seis meses três oficiais superiores foram forçados a abandonar o serviço sem uma justificção plausível. Dos suspensos, consta um coronel, um especialista em engenharia militar e um operador de blindados de reconhecido mérito.
Segundo os nossos entrevistados, a suspensão por tempo indeterminado de oficiais na Academia Militar acontece numa altura em que o quadro docente que ministra várias especialidades continua deficitário e dependente de apoio externo.
À margem da cerimónia de encerramento do sétimo curso de cadetes, havida na semana passada, a reportagem do @Verdade procurou ouvir a reacção do comando daquele estabelecimento militar e da direcção do Ministério da Defesa Nacional (MDN) mas, por questões de natureza burocrática, não foi possível.
Contactámos igualmente por via telefónica e de e-mails, o adido de impressa do MDN, o major Benjamim Marcos Chabualo, tendo na dia 19 nos enviado a seguinte resposta: “Acuso a recepção do seu e-mail e prometo em breve responder-lhe. Agradeço a sua paciência de não correr para publicar "em primeira mão"”.
Criada como instituição vocacionada à formação de oficiais de nível médio, em 2 de Outubro de 1978, aquele estabelecimento de ensino começou em 2005 a ministrar cursos de nível superior em diferentes especialidades.
@VERDADE – 22.12.2014

Guebuza anuncia Nyussi como “próximo Presidente da República”


PRATICAMENTE ALINHANDO PELO MESMO DIAPASÃO DE DHLAKAMA
EDSON ARANTE
Tal como tem andado a fazer o líder da Rena­mo, Afonso Dhlakama, ao “anunciar” os resultados das eleições do passado dia 15 de Outubro, o actual Chefe do Estado moçambicano, Ar­mando Guebuza, “revelou”, sexta-feira passada, que o candidato da Frelimo, Filipe Nyussi, “será o próximo Presidente da República de Moçambique”.
O facto é que apesar de a Comissão Nacional de Elei­ções (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) terem, já, efectivamente, anunciado Nyussi e o partido Frelimo como vencedores do es­crutínio de 15 de Oubro de 2014, tais resultados care­cem, ainda, da homologação do Conselho Constitucional (CC), para serem pública e formalmente propalados, a não ser que se esteja a tomar este órgão de mero fantoche.
Há muito que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em ambientes públicos e de forma reiterada, tem dito que ele e o seu partido foram os vencedores das eleições de Outubro, posicionamentos esses criticados pelo parti­do Frelimo e, inclusive, pelo presidente desta organização política, que por coincidência é igualmente Chefe de Estado em exercício em Moçambique.
Espantosamente, Guebuza, também, veio esta sexta-feira a terreiro antecipar o CC, ao afirmar publicamente que “Filipe Jacinto Nyussi será o próximo Presidente da República de Moçambique, de certeza”.
Guebuza antecipou o CC ao discursar num acto oficial e pú­blico na sexta-feira, na Ponta Vermelha, designadamente na tradicional cerimónia anual de confraternização com os re­presentantes da comunidade moçambicana na diáspora, na qualidade de Chefe de Estado, cujo mandato de dez anos ter­mina nos princípios de 2015.
Na ocasião Guebuza agra­deceu o esforço da comunida­de moçambicana no exterior pela “diplomacia informal” que exerceu além-fronteiras, situação que permitiu que as relações do país com os gover­nos acolhedores ficassem cada vez mais sólidas, acrescentando que “durante os 10 anos de go­vernação os moçambicanos na diáspora venderam posi­tivamente a imagem do país”.
Ainda na mensagem de des­pedida, o terceiro estadista mo­çambicano após a independência disse que deixa o Governo em “boas condições”, vangloriando­-se dos “níveis do crescimento económico” e maior fluxo de investimento que o país registou ao longo da última década.
O presidente da Associação da Comunidade Moçambicana nos EUA, Olávio Langa, falando na qualidade de representante de toda a diáspora de Moçambique, disse que está orgulhoso pelo patamar económico e ambiente de negócio favorável que o país atingiu nos últimos anos.
Langa vaticinou que 2015 será “um ano de mais con­quistas” e que “o futuro próximo Governo será mais proactivo”.
A diáspora moçambicana no evento era basicamente com­posta por naturais de Moçam­bique actualmente residentes na África do Sul, Alemanha, Etiópia, Malaui, Portugal, Rei­no Unido, Irlanda do Norte, Su­azilândia, Tanzânia, Quénia, Zâmbia, Zimbabué, Estados Unidos da América (EUA) e Japão.
CORREIO DA MANHÃ – 22.12.2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

Líder da Renamo expulsa televisão estatal da cobertura de reunião do partido


O líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, expulsou hoje a equipa da Televisão de Moçambique (TVM), estação estatal, que cobria o Conselho Político da organização, por inviabilizar a visibilidade do movimento.
Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), ordenou, em plena sessão, que o jornalista e "cameraman" da TVM, da delegação de Sofala, destacados para cobrir o evento, deixassem a sala, por suspeita de "espionagem" e por alegadamente terem ordens para não publicarem as matérias.
"Fiz [a expulsão] por satisfação pessoal e dos membros do partido. Chega de brincadeiras. Eles filmam muito tempo e não tiram nada. Inclusive, já abordei o PCA [presidente do conselho de administração] sobre a situação", disse Afonso Dhlakama, quando questionado pela imprensa sobre a sua posição.
LUSA – 21.12.2014

sábado, 20 de dezembro de 2014

JURAR DE PÉS JUNTOS:



            Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para nada dizer além da verdade. Até hoje, o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

            TIRAR O CAVALO DA CHUVA:

            Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva porque não te vou deixar sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, num lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

            DAR COM OS BURROS NA ÁGUA:

            A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde os tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul ao Sudeste sobre burros e mulas. O facto era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço para conseguir algum feito e não consegue ter sucesso.

            GUARDAR A SETE CHAVES:

            No século XIII, os reis de Portugal adoptavam um sistema de arquivo de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto, eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído ao mesmo, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para designar algo muito bem guardado...

            OK:

            A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida para significar que está tudo bem, teve a sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma baixa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum (zero) morto), expressando a sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

            ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:

            Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se  numa árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro das suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém soube se encontraram as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

            PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:

            A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados a Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou-se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

            PARA INGLÊS VER:

            A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram  criadas apenas "para inglês ver". Daí surgiu o termo.

            RASGAR SEDA:

            A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente a sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa."

            O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:

            Em 1647, em Nimes, França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea num aldeão de nome Angel.  Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a ver ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse os  seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

            ANDAR À TOA:

            Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.

            QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:

            Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, adulterou-se. Inicialmente dizia-se quem não tem cão caça como gato, ou seja, esgueirando-se, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

            VAI TOMAR BANHO:

            Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contactos comerciais, o europeu contagiou-se de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e lavava-se da cabeça aos pés nos rios, além de usar folhas de árvore para limpar os bebés e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".



EIS AQUI MAIS ALGUNS ADÁGIOS

EIS AQUI MAIS ALGUNS ADÁGIOS (26):
Não é por muito madrugar, que amanhece mais cedo
Guardado está o bocado, para quem o há de comer
Ao comer salmoura, pensa na sede que te espera
A abóbora e o nabo, ao fim de três dias, enganaram o Diabo
Quem porcos acha de menos, a cada moita lhe roncam
Esquece-se um amor, com outro amor
Um pedaço dado a um esfomeado, vale um pacote dado àquele que já não tem fome
Mais vale ruim acordo, do que boa demanda
Mais quero asno que me leve, que cavalo que me derrube
Ser casado e ter juízo!/ ai que bonito estado!/ também eu queria ser.../ também eu queria,/ também queria/ também queria ser casado!