segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Guebuza anuncia Nyussi como “próximo Presidente da República”


PRATICAMENTE ALINHANDO PELO MESMO DIAPASÃO DE DHLAKAMA
EDSON ARANTE
Tal como tem andado a fazer o líder da Rena­mo, Afonso Dhlakama, ao “anunciar” os resultados das eleições do passado dia 15 de Outubro, o actual Chefe do Estado moçambicano, Ar­mando Guebuza, “revelou”, sexta-feira passada, que o candidato da Frelimo, Filipe Nyussi, “será o próximo Presidente da República de Moçambique”.
O facto é que apesar de a Comissão Nacional de Elei­ções (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) terem, já, efectivamente, anunciado Nyussi e o partido Frelimo como vencedores do es­crutínio de 15 de Oubro de 2014, tais resultados care­cem, ainda, da homologação do Conselho Constitucional (CC), para serem pública e formalmente propalados, a não ser que se esteja a tomar este órgão de mero fantoche.
Há muito que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em ambientes públicos e de forma reiterada, tem dito que ele e o seu partido foram os vencedores das eleições de Outubro, posicionamentos esses criticados pelo parti­do Frelimo e, inclusive, pelo presidente desta organização política, que por coincidência é igualmente Chefe de Estado em exercício em Moçambique.
Espantosamente, Guebuza, também, veio esta sexta-feira a terreiro antecipar o CC, ao afirmar publicamente que “Filipe Jacinto Nyussi será o próximo Presidente da República de Moçambique, de certeza”.
Guebuza antecipou o CC ao discursar num acto oficial e pú­blico na sexta-feira, na Ponta Vermelha, designadamente na tradicional cerimónia anual de confraternização com os re­presentantes da comunidade moçambicana na diáspora, na qualidade de Chefe de Estado, cujo mandato de dez anos ter­mina nos princípios de 2015.
Na ocasião Guebuza agra­deceu o esforço da comunida­de moçambicana no exterior pela “diplomacia informal” que exerceu além-fronteiras, situação que permitiu que as relações do país com os gover­nos acolhedores ficassem cada vez mais sólidas, acrescentando que “durante os 10 anos de go­vernação os moçambicanos na diáspora venderam posi­tivamente a imagem do país”.
Ainda na mensagem de des­pedida, o terceiro estadista mo­çambicano após a independência disse que deixa o Governo em “boas condições”, vangloriando­-se dos “níveis do crescimento económico” e maior fluxo de investimento que o país registou ao longo da última década.
O presidente da Associação da Comunidade Moçambicana nos EUA, Olávio Langa, falando na qualidade de representante de toda a diáspora de Moçambique, disse que está orgulhoso pelo patamar económico e ambiente de negócio favorável que o país atingiu nos últimos anos.
Langa vaticinou que 2015 será “um ano de mais con­quistas” e que “o futuro próximo Governo será mais proactivo”.
A diáspora moçambicana no evento era basicamente com­posta por naturais de Moçam­bique actualmente residentes na África do Sul, Alemanha, Etiópia, Malaui, Portugal, Rei­no Unido, Irlanda do Norte, Su­azilândia, Tanzânia, Quénia, Zâmbia, Zimbabué, Estados Unidos da América (EUA) e Japão.
CORREIO DA MANHÃ – 22.12.2014

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